Depressão perinatal, quando devo procurar ajuda

A depressão perinatal pode acontecer durante a gravidez e ser diagnosticada duas semanas após o parto, no entanto, estudos indicam que esse quadro pode ocorrer até um ano após o nascimento do bebê. Por essa razão, diversas diretrizes de saúde, adotam uma definição mais abrangente depressão perinatal, que engloba o período desde a gravidez até um ano após o parto.

Os sintomas da depressão perinatal geralmente são:

  • Tristeza Persistente: Sentimento de tristeza profunda que não desaparece.
  • Perda de Interesse: Falta de prazer em atividades que antes eram prazerosas.
  • Alterações no Apetite e no Sono: Tanto a insônia quanto o excesso de sono podem ser sinais de DPP.
  • Fadiga Intensa: Sentir-se exausta o tempo todo, mesmo com descanso.
  • Ansiedade e Irritabilidade: Medo excessivo sobre a saúde do bebê, irritabilidade com as pessoas ao redor ou sensação de nervosismo constante.
  • Sentimento de Inutilidade ou Culpa: Sentir-se uma “má mãe” ou ter uma sensação de fracasso.
  • Dificuldade em Cuidar do Bebê: Falta de conexão com o bebê ou dificuldade em desempenhar as funções maternas.

Esses sintomas devem durar pelo menos duas semanas e interferir significativamente no bem-estar e nas atividades do dia a dia.

Diferença entre Depressão Durante a Gravidez e Depressão Pós-Parto

A distinção entre a depressão durante a gravidez e a depressão pós-parto ainda é tema de debate. Estudos sugerem que esses dois quadros podem apresentar sintomatologias diferentes. Por exemplo, a depressão durante a gravidez pode se manifestar com mais ansiedade e culpa sobre a futura maternidade, enquanto a depressão pós-parto pode ser caracterizada por sentimentos intensos de fadiga, falta de energia e desafios na conexão com o bebê. Essa variabilidade entre sintomas também pode ser influenciada por fatores culturais e de contexto, pois as manifestações da DPP diferem entre populações e contextos culturais distintos.

Impacto da Depressão Perinatal

Os impactos da depressão perinatal são significativos tanto para a mãe quanto para o bebê e a família como um todo. Para as mães, a DP pode comprometer seriamente o bem-estar, tornando desafiador o cuidado com o bebê e o envolvimento em atividades diárias. Além disso, o vínculo mãe-bebê pode ser afetado, o que pode influenciar o desenvolvimento emocional e social da criança.

Tratamento

O tratamento da depressão perinatal envolve abordagens psicológicas que têm se mostrado eficazes tanto durante a gravidez quanto no período pós-parto.

As intervenções psicológicas podem ser aplicadas de diferentes maneiras, variando entre sessões individuais e em grupo, de forma presencial ou on-line.

  • Terapia Individual: Muitas vezes em formato on-line, tornando-a mais acessível.
  • Terapia Mista (Individual e em Grupo): incluindo abordagens presenciais e on-line, aumentando a flexibilidade para as pacientes.

Eficácia das Intervenções Psicológicas

De acordo com as revisões sistemáticas, as intervenções psicológicas demonstraram eficácia significativa no alívio de sintomas depressivos em mulheres com DP, quando comparadas com grupos que não receberam tratamento.

Abordagem Psicológica Mais Utilizadas

Diversas abordagens psicológicas foram testadas e aplicadas, sendo a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) a mais comum e a mais investigada.

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): quando administrada durante a gravidez, no pós-parto ou em ambos, foi eficaz na redução dos níveis de depressão. Gravidez, pós-parto ou ambos – foi eficaz na redução dos sintomas de depressão quando comparada aos grupos de controle.

A depressão pós-parto pode ser desafiadora, mas tratamentos como terapia psicológica, apoio familiar, grupos de mães e, em alguns casos, medicação podem fazer uma grande diferença. É crucial que mães e familiares estejam atentos aos sinais e não hesitem em buscar ajuda, já que o suporte adequado permite que a mãe recupere sua saúde mental e desfrute plenamente da maternidade.

Fonte: EVIDENCE-BASED PRACTICE GUIDELINES FOR PREVENTION, SCREENING AND TREATMENT OF PERIPARTUM DEPRESSION

https://www.cost.eu/riseup-guidelines-peripartum-depression

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