O final da gestação é um momento de grandes expectativas, mas também pode trazer um turbilhão de emoções. A ansiedade nessa fase é comum, causada por fatores como o medo do parto, a proximidade da mudança de vida e as oscilações hormonais. Neste artigo, você vai encontrar dicas práticas e acessíveis para lidar com a ansiedade nas últimas semanas da gravidez e vivenciar esse momento com mais leveza e confiança.
Entenda que é normal sentir ansiedade no final da gravidez
A ansiedade no terceiro trimestre é uma resposta emocional comum diante da incerteza e das grandes transformações que estão por vir. Reconhecer esse sentimento como legítimo já é um primeiro passo para enfrentá-lo com mais serenidade.
Pratique técnicas de respiração e relaxamento
Respiração profunda, relaxamento muscular progressivo e meditações guiadas são ferramentas eficazes para controlar a ansiedade. Você pode praticar por 10 a 15 minutos por dia, deitada ou sentada confortavelmente, concentrando-se na sua respiração.
Mantenha uma rotina de sono e alimentação equilibrada
Dormir bem e alimentar-se de forma saudável contribui para o equilíbrio emocional. Evite cafeína à noite, inclua alimentos ricos em triptofano e mantenha uma rotina com horários regulares de descanso.
Fale sobre seus medos e expectativas
Conversar com pessoas de confiança, como o(a) companheiro(a), amigas, doulas ou profissionais de saúde, ajuda a aliviar tensões e a colocar os sentimentos em perspectiva. Participar de rodas de conversa para gestantes ou de grupos online também pode ser uma boa alternativa.
Prepare-se para o parto com informação de qualidade
O medo do desconhecido aumenta a ansiedade. Participar de cursos de preparação para o parto, ler materiais confiáveis e entender como o corpo funciona nesse momento ajuda a aumentar a autoconfiança e a sensação de controle.
Pratique atividades físicas leves
Caminhadas, alongamentos e exercícios apropriados para gestantes, como yoga ou hidroginástica, ajudam a liberar endorfinas e a reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Quando procurar ajuda profissional?
Sentir-se ansiosa no final da gestação é algo esperado e natural — afinal, o nascimento está próximo, e muitas mudanças estão por vir. No entanto, quando essa ansiedade se torna excessiva, persistente e começa a afetar a sua qualidade de vida, é hora de buscar apoio psicológico.
Segundo o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)*, os critérios para o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) incluem:
- Preocupação e ansiedade excessivas, ocorrendo na maior parte do dia, por pelo menos 6 meses, em relação a diversas áreas da vida.
- Dificuldade para controlar essa preocupação.
- Presença de três ou mais dos seguintes sintomas:
- Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele
- Fadiga fácil
- Dificuldade de concentração ou mente “em branco”
- Irritabilidade
- Tensão muscular
- Distúrbios do sono (dificuldade para adormecer, manter o sono ou sono não restaurador)
- Os sintomas causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida.
- Os sintomas não são causados por uso de substâncias ou outras condições médicas.
- Não se explicam melhor por outro transtorno mental.
Se você se identificar com esses sintomas, é fundamental procurar ajuda psicológica— preferencialmente com experiência em saúde mental perinatal — para uma avaliação cuidadosa e orientações personalizadas, para saber mais sobre o acompanhamento em psicologia perinatal, clique aqui!
Lidar com a ansiedade no final da gestação é possível com o suporte certo, boas informações e autocuidado. Cada mulher vive esse momento de forma única, e respeitar o seu ritmo é essencial. Lembre-se: você não está sozinha, e buscar ajuda faz parte do caminho para uma maternidade mais tranquila e consciente.
*Fonte: American Psychiatric Association, 2022